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Quando perceberam a devolução do dinheiro, os irmãos de José
ficaram angustiados; se voltassem para o Egito, seriam tratados como ladrões e
Simeão só seria libertado se eles voltassem.
Carregaram
os grãos no dorso dos seus animais e puseram-se em caminho. Mas ao anoitecer,
quando um deles abriu o seu saco para dar alimento ao animai, viu seu dinheiro
em cima do saco. Disse então aos seus irmãos:
– Eis que alguém repôs o dinheiro no saco. Apavorados,
interrogaram-se mutuamente:
– Que nos fez Deus?
Ao encontrarem seu pai em casa,
em Canaã contaram-lhe o que havia acontecido:
– O governador do país, disseram eles, –falou-nos rudemente
e disse que éramos espiões. Protestamos, atestando nossa boa fé e dizendo que
éramos doze irmãos, sendo que o mais velho havia morrido e o mais moço estava
com o nosso pai, no país de Canaã. Eis como vou me certificar da vossa
sinceridade –disse ele: Um de vós ficará aqui, os outros partirão levando
consigo os grãos necessários para a manutenção das famílias; depois, trareis o
irmão mais moço. Ficarei sabendo então que não sois espiões, mas homens de bem.
Devolverei o vosso irmão e podereis comerciar neste país.
Mas eis que
ao esvaziarem seus sacos, cada qual encontrou o eu dinheiro. Este fato
inexplicável encheu-os de terror.
Desolado,
Jacó falou assim:
– Vós me tirastes meus filhos. José desapareceu, Simeão
também, e agora querem me levar Benjamin; isto tudo me transtorna! Rúben
respondeu ao seu pai:
– Fica com meus dois filhos como garantia; poderão ser
mortos se eu não trouxer novamente Benjamin; confie-mo e eu to trarei de volta.
Mas Jacó
continuou recusando:
– Ele não irá convosco! Vosso irmão José morreu e ele é o
único filho de Raquel que tenho. Se lhe ocorresse alguma desgraça no caminho a
tristeza que teria com isso me levaria ao túmulo.
Entrementes,
a fome continuava e quando não restava mais um grão sequer, dos que haviam sido
trazidos do Egito Jacó disse a seus filhos:
– Devereis voltar para lá e nos trazer alguns viveres. Judá
lembrou-lhe:
– Só poderemos ir se aceitares que levemos o nosso irmão,
pois que aquele homem nos disse: Só serão admitidos na minha presença se
trouxerdes o vosso irmão.
Que ideia
exclamou Jacó terem dito a esse homem que tínheis um irmão! Que golpe para mim!
É por que
–explicaram eles –esse homem nos fez uma porção de perguntas acerca da nossa
família: Tendes ainda vosso pai? Não tendes outro irmão? Respondemos sem
imaginar que ele ia pedir para o levarmos.
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Finalmente
Judá disse ao seu pai Jacó: Deixa o menino ir comigo, já é tempo de partirmos
se não quisermos morrer de fome nós, tu e nossos filhos. Responsabilizo-me por
ele e podeis pedir que te preste contas. Se não o trouxer de novo levarei a culpa
para sempre. Se não tivéssemos esperado tanto, já poderíamos ter voltado da
nossa segunda viagem ao Egito.
Jacó acabou
por consentir: Já que é preciso –disse ele –fazei o seguinte: levai os melhores
produtos do país para presenteá-los a esse homem; levai bálsamo, mel,
especiarias, mirra, pistácias e amêndoas. Levai o dobro do dinheiro, assim
podereis restituir aquele que encontraram em vossos sacos. Pode bem ser que
houve descaso. Levai, pois vosso irmão e voltai a ver esse homem. Que Deus
Todo-Poderoso vos faça encontrar misericórdia junto a ele e que ele permita a
volta de Benjamin e de vossos outro irmão Simeão. Pois se devo sofrer por meus
filhos, este é um dos sofrimentos mais amargos!
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